17 janeiro 2008

Pegan na Kexada, lamben nha Boca


Ben

Bata txiga

Rondan di mansu mansu

Mesmu dandu konta du ki nkre

Bu ta fulhan palabras doxi,

Homi mudernu, ka ta konkista mas cu pedra

Oras bu ta furfunhan kabelu

Pegan na kexada e lamben nha boka

Ta spian crenti ma djan é di bô

Oras bu ta raganhan pé

Na buska undi bulin

Djobi manera mas faxi di txiga na mi

Ala dja nta dexa korpu papia pa mi...

Bu konbersu ta dentran dentul fundu

Bu al fla raiz´l tambarina

Águ ta bazan na ladera´l kosta

Ta dixan cienti falta nha coxa al xinti bu carni

Rabidan, txuputin, rapikan

Fazi nha sabura, es é bu modus di aman

Basta bu barku inkosta na kais

Pruba calmaria

Dja é tempus bu labanta ferru

En bes di palabras bu al di fulhan é mi

9 comentários:

Pedro T. Moreira disse...

Matxicada, tanbi...

Kafuka disse...

muito bom...parabéns!

Kukinha disse...

Nossa caras novas no cartas!!!!
Faz tempo q não tenho emoção igual.
brigada pelo carinho e pelos comentários galera do bem!
es steve ta critican ter sido um poku mas picante ma acho q resultado final ka fika tãaaaaaaao kran si.
mas un bes brigada pa nhos coms e konvite dja sta fetu di nhos passa pa es kantinhu sempre sempre. nka muto regular ma nta bata poi posts
Bjs sabor sukrinha

Anónimo disse...

Sensivel e sensual. Gostei muito.

Alex disse...

Não conhecia o Blogue, mas prometo voltar. Antes de mais, parabéns pelos trabalhos.

Desafio-a a fazer alguma reflexão sobre a sua opção ortográfica. Não me refiro se é por esta ou por aquela base ortográfica, nada disso. Falo da SUA opção, aquela que utiliza. Seria de extrema utilidade para o debate em curso, que quem usa hoje o crioulo reflectisse sobre as soluções que adopta, as dificuldades que sente, as dúvidas que tem. Estamos num momento muito importante no processo de institucionalização da Língua e este trabalho reclama a participação informal de todos. Creio que a sua opção tem méritos (eu próprio defendo algumas delas), e tem algumas contradições sobre as quais valeria a pena um esforço de reflexão.

Diz algures
"Preciso de uma alavanca pra amadurecer"
Quem não precisa?
Acredite, está no bom caminho.
Gosto particularmente deste poema. Talvez porque neste se tenha libertado da preocupação de ir atrás da rima. Uma recomendação. Por vezes insistir na rima é uma forma de afunilar o poema, de afogá-lo. Vá atrás das palavras, das imagens, das ideias, e não se preocupe com a rima (caso deste trabalho). Há poemas que mereciam levantar voo e não o fazem porque está demasiado preocupada com a forma.
Sinto que nos poemas em Português há espaço para enriquecer o vocabulário. Por vezes mudar uma simples palavra, ou mexer na sintaxe, as coisas ganham outro brilho, outro fôlego. Algumas soluções sintáticas (o perfume brasileiro) não resultam muito bem, e provocam algum desequilíbrio no poema. Poderei especificar as observações.

No entanto, renovo os meus parabéns, e não desista do seu projecto, porque ele é ousado, exigente, e necessário. Obrigado por partilhar connosco os seus poemas.
José E. Cunha

Kukinha disse...

Fiquei profundamente tocada com este comentário seu e confesso demorou um pouco até conseguir coordenar meus neurônio e responder.
Não tinha visto dessa perspectiva uma participação no debate pela institucionalização do Crioulo, embora discordo mais que concordo com a forma como tem sido tratado este tema. Assim como muitos outros.
Na defesa do oficialização do crioulo em termos paritários ao português, uma reflexão entre os que a usam na escrita traria alguns pontos ao de cima. Encontro a ser planeado.
Seu olho critíco na análise da liberdade da escrita versus o aprisionamento imposto pelas rimas é positivamente surpreendente. Gostaria sim e por favor de maiores detalhes em suas observações: laylobo@gmail.com
Gratíssima pela passagem no blog, passagem essa que espero não seja breve de cada outra vez que ocorra. Aguardo o email
Grata também pelos parabéns e pela renovação que seu comentário proporcionou, que venha mais e mais.
Lay Lobo

Alex disse...

Olá Lay

Terei todo o gosto, enquanto leitor, e apenas enquanto tal, de lhe transmitir as minhas "impressões". Fá-lo-ei brevemente. Dê-me um tempinho. No entanto, há uma leitura que lhe recomendo desde já, porque de certa forma foi para ela que este seu poema me remeteu. Sylvia Plath. Se não tiver nenhum livro dela aí à mão, diga-me que lhe mando uma ou duas coisas para se entreter. Fá-lo-ei com todo o gosto. Depois lhe explicarei porquê.
Quanto à questão do Crioulo, espero dentro em breve dar a minha opinião de forma mais aprofundada. Para já digo-lhe que estou em total sintonia com o que aí diz. Um dos erros maiores, se não mesmo o maior, que os Alupekianos cometeram, foi a forma como conduziram, e têm conduzido, este processo. E eu reconheço méritos ao ALUPEC. Mas quando falo com algumas pessoas, muitas delas lúcidas, inteligentes e com ideias sobre o assunto, e me apercebo que preferem calar-se, ou deixar passar a "banda", a intervir e a dizer o que pensam, só posso concluir que esse receio, que esse pacto de silêncio, resulta de um processo mesquinho de intimidação que se instalou entre os escreventes da Língua Cabo-verdiana, e que quer impor um certo maniqueísmo intelectual e criativo, em que quem não é pelo ALUPEC é contra Cabo Verde, que quem não é Alupekiano não é BOM Cabo-verdiano, pior ainda, que quem não usa, ou ousa desafiar o ALUPEC, é ignorante, é antipatriótico, é colonialista, e outras patetices que tais. Pois bem, não se deixe intimidar, no uso livre que faz da sua Língua porque é caminhando que todos faremos o caminho que queremos que a nossa língua trilhe. E não aceitemos que ninguém nos diga por onde ir (lembre-se de Régio? "Não sei por onde vou ... só sei que não vou por aí."), Para onde desejamos que ela vá, isso, creio, todos sabemos. Para esse lugar futuro onde todos os caminhos, todas as apostas, todos os contributos, todas as opções irão um dia desaguar. Mas questione, questione sempre os seu métodos, as suas soluções, compare-as com a de outros, estabeleça esse diálogo, e decida com tranquilidade crítica as melhores soluções. Mas que nenhuma decisão sobre este assunto lhe impeça de continuar a ecrever, ou lhe limite a forma e a força de expor, e de se expor, na sua critividade, na sua escrita, e em tudo o que faça. Aos "senhores" da língua, ofereçamos tranquilamente a nossa revolta, a nossa rebelião cívica e cultural.
Cumps
ZCunha

Kukinha disse...

Olá Alex
Aguardo suas impressões, será um prazer tenho certeza e um mundo novo de novas visões.
Quanto a Sylvia Plath só li um poema que tinham me enviado há algum tempo atrás Last Words, me marcou muito mas confesso que não li mais nada, se puder enviar adoraria, enquanto isso vou fazer pesquisas que não seja pela curiosidade de saber pq este poema o remeteu a ela.
Grata por partilhar, não pare
Kuks

Unknown disse...

Surpreendentemente belo!
mta paz